segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vitrine Literária - SESC Santos - 14/12 as 21 hs


Encontro de escritores, leitura de poemas e lançamento de livros. Um panorama da produção literária do Litoral publicada por editoras cartoneras, revistas literárias, grupos literários e projetos que possibilitam a difusão do fazer literário. Uma aproximação do escritor com o público possibilitando a difusão da produção literária contemporânea.

Com Marcio Barreto e convidados

Convidados: Gilberto Mendes, Estrela Leminsk, Flávio Viegas Amoreira, Ademir Demarchi, Marcelo Ariel, Regina Alonso, Madô Martins, José Geraldo Neres, Alessandro Atanes, Márcia Costa, Edson Bueno de Camargo, Tarso Ramos, Jamir Lopes, Poetas Vivos, Maria José Goldschmidt, Alberto Amorim, Christina Amorim, Eduardo Pimenta, Zéllus Machado, Luiz Tahan, Valdir Alvarenga, Grêmio de Haicai Caminho das Águas, Cláudia Brino e Vieira Vivo.

Lançamento dos livros
Ácidos Trópicos - Márcio Barreto
Antologia de Poemas - Sociedade dos Poetas Vivos
Avesso - Madô Martins
Bala com Bala e Espelhos de Cristal - Marcio Callegaro
Cabalísticos - Edson Bueno de Camargo
Ciência da Música - da teoria à regência - Tarso Ramos
Conjeituras, Sobretudo - Carlos Gama
Geração Zero Zero - part. Flávio Viegas Amoreira
Lua na Rede - Mahelen Madureira
Lua Rouxinol - Maria José Goldschmidt
Musa Atômica - Sidney Sanctus
Outros Silêncios - José Geraldo Neres
Peixes-de-bico do Atlântico - Alberto e Christina Amorim e Eduardo Pimenta
Pequena Cartografia da Poesia Contemporânea Brasileira - org. Marcelo Ariel
Pétalas Dispersas – Clara Sznifer
Santos - Natureza e Arquiterura em Fotopoemas e Circularidade - Regina Alonso
Torpedo - Zéllus Machado

Lançamento das Revistas
Babel Poética II - Ademir Demarchi
Mirante Mistério - ed. nº 75 (29Anos) - Valdir Alvarenga

Exposição de livros editados pela Sereia Ca(n)tadora e Edições Caiçaras


SESC Santos
Comedoria. Livre para todos os públicos. Grátis.
14/12. Quarta, às 20h

terça-feira, 8 de novembro de 2011

EDIÇÕES CAIÇARAS - São Vicente Brasil

A Edições Caiçaras é uma pequena editora independente artesanal inspirada nas cartoneras da América Latina, principalmente na Sereia Cantadora de Santos e na Dulcinéia Catadora de São Paulo. Nasceu pela dificuldade homérica e labiríntica em publicar meus livros em uma editora convencional. É uma forma de reavivar o ideal punk do “faça você mesmo”, incentivando a auto-gestão e o uso da habilidade manual , uma coisa que está se perdendo em nossa sociedade tecnocrata. Em diálogos com os escritores Marcelo Ariel e Alessandro Atanes, editores da revista eletrônica Pausa, comentei da minha urgência e vontade de lançar outros autores e desvincular o projeto de um viés personalista. E sugeri a Marcelo Ariel que organizasse um livro para a editora a partir de seus artigos sobre poesia brasileira na Pausa, assim, de fato, começa a tomar forma a filosofia da Edições Caiçara, mais do que um caráter social, nos interessa,ousar na forma e no conteúdo. Na forma é um aprimoramento das técnicas das cartoneras - os livros são feitos com capa dura, costurados com sisal e presos com detalhes em bambu, e no conteúdo, priorizamos um diálogo profundo com a Internet e com as literaturas locais do Brasil.

Os livros podem ser adquiridos nos lançamentos. Os primeiros lançamentos serão em Santos, São Paulo e Região, priorizando sempre pequenas livrarias de rua, museus e espaços culturais alternativos. Após estes, os livros poderão ser adquiridos pelo e-mail mb-4@ig.com.br ou pelos telefones 13-34674387 e 13-91746212.


Catálogo Comentado


O Novo em Folha (poesia) – Márcio Barreto


“Pode-se ler O novo em folha, de Márcio Barreto, como parte de um todo maior relacionado à Arte Contemporânea Caiçara, proposta que relaciona imagens, palavras e sonoridades numa ótica que mescla fontes da literatura, música e filosofia, sustentando o diálogo entre o ancestral e o contemporâneo. Também é possível ler cada volume como uma manifestação artística dentro das experiências no Brasil e no exterior de realizar obras únicas com capas feitas à mão e com material reciclado. Ressalta-se assim o valor do artífice na construção de cada livro que chega às nossas mãos. No entanto, talvez o mais fascinante esteja em deixar um pouco de lado esses dois fatores e mergulhar numa poesia que tem como principal característica justamente uma provocação permanente. As palavras se articulam para gerar indagações constantes no sentido de não aceitar saberes instituídos, estabelecendo dúvidas. O poema”Quando o mar” (“Vivamos/Que a vida passa/Célere como a onda// Que faz do recuo seu avanço”) encerra, por exemplo, uma poesia que traz o novo em folhas de papel, mas amparado por uma concepção da realidade que se propõe a sempre oferecer surpresas.

(Oscar D’Ambrosio) - doutorando em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Mackenzie, é mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil).



Atro Coração (Dramaturgia) – Márcio Barreto

“Um retrato do amor que mistura os textos Romeu e Julieta e Otelo (Shakespeare), Lua na Sarjeta (David Goodis) e partes dos filmes O Colecionador (baseado na obra de John Fowles) e Cenas de um Casamento (Ingmar Bergman). Assim é Atro Coração, peça escrita por Márcio Barreto que coloca dois personagens míticos em uma situação limite: Lilith após ser expulsa do paraíso invade os sonhos do anjo Gabriel e o seduz. Para puní-los Deus os lança à Terra como homem e mulher. Destituídos de suas memórias vagam separados até que o acaso os une novamente. De um lado o amor não correspondido, do outro o amor que nasce do medo da morte. Uma peça que discute os limites do amor através das relações de medo, desejo, sonho, posse, loucura e realidade. Uma história que nos faz pensar que não importa o que é o amor, mas o que fazemos com ele.”


(O Autor)


Nietszche ou do que é feito o arco dos violinos (poesia) - Márcio Barreto

"A loucura, não em seu contexto patológico, mas como um campo propício para novas inspirações e idéias, onde valores e costumes são facilmente rompidos e a genialidade e a sabedoria misturam-se com universos muita vezes desconhecidos. Nietzsche, importante filósofo alemão do sec. XIX, possuía grande paixão pela música, como vemos em O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música (1872), O Caso Wagner, um Problema para Músicos (maio-agosto 1888) e Nietzsche contra Wagner (dezembro 1888). De certo modo, a filosofia encontra na música um riquíssimo campo para reflexão. Poderíamos comparar, como faz a física quântica, a gênese do universo às cordas do violino quando vibram tocadas pelo arco. Parece loucura, mas acredita-se que as menores partes do universo agem assim, vibrando e criando a sua volta. Nietzsche enlouqueceu em janeiro de 1889, em Turim, quando seus olhos enevoados pela miopia se chocaram com o espancamento de um cavalo. Aos prantos deixou-se ficar abraçado comovido com seu sofrimento. Nunca mais esteve lúcido. O arco do violino é feito da crina do cavalo; antes da loucura Nietzsche era veemente contra a compaixão."

( O Autor)


Lançamentos:

Pequena Cartografia da Poesia Brasileira Contemporânea – Marcelo Ariel (Org.)


"O mais interessante é que este livro é uma obra em processo, saber que ele , nasceu na internet e foi incorporado, aos processos artesanais de fabricação de livros,através da reciclagem de matérias, é uma coisa importante. O pensamento por trás da própria criação da rede há uma grande teia artesanal de compartilhamento e irradiação de informação e conhecimento. Este é para mim, o paradigma que deu origem, não só a idéia deste livro, isto está no cerne das questões da poética contemporânea. Quem ler o livro, perceberá isso, é uma espécie de viagem até os poemas, o livro está conectado a um site e o site por sua vez, é ele mesmo, uma obra do artesanato mental. Não explico muita coisa, mas ao abrir o livro, as coisas podem ficar mais nítidas e menos enevoadas. Se produz poesia de qualidade nos dias de hoje e isso passa ao largo do chamado mercado editorial, mas não é ignorado pelas revistas eletrônicas de cultura, que cada uma delas se torne um livro, é uma idéia interessante, que espero, ajudar a disseminar com esta edição artesanal de textos e poemas anteriormente publicados no blog-revista."


(Marcelo Ariel)